Bye Bye Facebook (pt)

Prefiro perder meu tempo com outras diversões

A questão central: quero realmente que o irmão do meu antigo vizinho tem a história dos meus comentários, os cliques “curtir” e fotos de mim na alcance dos dedos?

Eu acho que todo mundo entendeu que nossas atividades no Internet não são confidenciais e estão à procura de pessoas e organizações. Alguns anos atrás, havia rumores de que Bill Gates estava lendo o conteúdo do meu HD - ridículo. Em Maio aprendemos que Bill Gates talvez não lê o meu HD, mas sim que a comunicação supostamente encriptada via Skype esta sendo lido. Desde junho, temos certeza de que as “autoridades de segurança” dos EUA gravam e analisam os dados e metadados da toda nossa comunicação no internet. E o negocio do Mark Zuckerberg, o Facebook, vive dos seus dados pessoais.

No entanto, nada disso levou-me a mudar o meu uso do Internet. Não me interpretem mal, eu não acho que está tudo bem! Eu acho escandaloso o que a NSA e com PRISM e a GCHQ com Tempora tem construído e com que finalidade. Acho a precisão do perfil, que Amazon e Google Adsense criam de mim e meu interesse em produtos, assustador.

Homem é notoriamente ruim na estimativa de risco. Os riscos de privacidade são muito abstratos e por isso alguns mais preocupados se sintam seguro quando eles ocorrem no Facebook e fóruns sob um pseudônimo. Medidas de segurança eficazes, tais como PGP para e-mails criptografados/assinados dificilmente alguém usa. É comum pensar: “não tenho nada a esconder e ninguém está interessado”. Eu nunca iria dizer que eu não tenho nada a esconder, esta abordagem é completamente errada. A privacidade não precisa justificativa; a curiosidade tem que ser justificada. Claro que existem coisas na minha vida que eu gosto de guardar para mim e/ou compartilhar somente pessoas selecionadas; e claro, há detalhes que muitos seriam interessados a saber.

A formulação mais apropriada seria: “Não tenho nada a esconder da NSA”. Sério, eu me sentiria lisonjeado quando um van de vigilância preto estava estacionada em frente de casa, ou homens de terno (e mulheres de bonitas) me questionavam sobre minhas atividades no IATECAM. Eu sentia muita pena dele, se Mark Zuckerberg não fizesse nada melhor do que ler meus posts no Facebook (@Zuckerberg: Get a life!).

Tudo isso não me preocupe tanto. Para a NSA Eu sou um perfil (“alemão tecnicamente qualificado , vive no Brasil, tem 10 anos viajou para Vietnã comunista, mas come carne de porco e logo não um terrorista”) - Eu nem sou suficientemente interessante para funcionar como um humilde espião industrial. Para o Facebook, Amazon e Google Eu sou apenas um potencial comprador (“homem, interessado em tecnologia, 30-poucos anos, boa renda antecipada”) - a minha pessoa não é importante, o interesse é na minha carteira. Presumo que são profissionais que trabalham no Facebook e na NSA. Assim como no hospital, onde o médico, mas também os gestores de TI têm acesso aos meus dados sensíveis, eu confio no profissionalismo da instituição e de seus motivos, embora feios, mas claros (NSA: paranoia, Facebook: dinheiro).

O que me pertuba é o terceiro curioso com um interesse pessoal! Sim, exatamente - Eu não confio em meus “amigos”, “amigos-de-amigos” e outros usuários usando meus dados com responsabilidade. Isso não é nada pessoal contra os meus “amigos”. O termo “amigo” (do Facebook) é um pouco enganador. A relação varia de verdadeiros amigos da vida real (ou “meatspace”[6]) até pessoas encontrado anos atrás numa festa e, por algum motivo você não recusou o pedido de “amizade” em seguida. Claro, com um pouco de trabalho posso organizar seus “amigos” em grupos com direitos de acesso diferente, mas quem faz isso e com que frequência? Eu tentei. Desde que eu não acho que ninguém tem mais de 100 amigos (no sentido pre-Facebook, pre-Orkut), tenho dizimadas minha lista de “amigos” do Facebook no início de 2011. Todos os “amigos” foram apagados com o qual eu não tinha contato pessoal mais de três anos. Embora eu não aceito todo pedido de amizade tenho de novo uns 157 “amigos”, a questão permanece: “Para quem eu realmente me importo, para quem eu prontamente faria um favor que requer um certo esforço? Quem me ouve e quem posso pedir conselhos?” Estas são as pessoas com quem eu encontro regularmente no ‘meatspace’. É claro que eu também tenho amigos com quem eu não encontro regularmente, pois eu moro do outro lado da Terra. E claro, há também off-line “amigos” que eu não prontamente ofereço alojamento para uma noite e não perturbo com meus pensamentos. Já que não tenho a intimidade com todos meus amigos no Facebook para pedir-lhes um conselho, a próxima questão que se coloca: “O que gostaria compartilhar com eles?”

Offline,eu consigo organizar a minha privacidade automaticamente e quase sem pensar. Apenas para poucos visitantes eu permito acesso a um álbum com as minhas fotos ou imagens onde “amigos-de-amigos” me reconheceram. Eu também não coloco no quadro de avisos ou mando boletim para todos os meus conhecidos que eu vou visitar o show de Caetano Veloso. Eu também acharia esquisito de receber tais informações de todos eles. Por outro lado, eu não acho estranho a olhar para as fotos de uma festa que um amigo postou no Facebook. A festa não foi dele, nem conheço o anfitrião e mal conheço os outros visitantes - e muito menos as pessoas nas fotos sabem que eu bisbilhotei!

Na maioria dos casos, é voyeurismo mais ou menos inocente. É conveniente “participar” da vida dos antigos amigos, “para não perder o contato”. A maioria dos contatos é adormecido por um longo tempo, só ninguém quer admitir. Realmente poderia manter um bom papo com meu “amigo” por uma hora? E acima de tudo, eu queria fazer isso? Facebook Timeline presenta para meus “amigos”, os “amigos-de-amigos” e terceiros toda a historia de informações sobre a minha vida atual e meu passado diante. O publico pode ver que eu curto Futurama . Quem estiver interessado em o comentário de um “amigo” para uma foto que eu enviei em 2010? Está publico para qualquer outro “amigo” para ver na minha Timeline (“Não tenho nada a esconder, e esperamos que o comentarista também não”).

Em outros casos, não é voyeurismo inocente, mas um meio simples para espionagem. Com fotos, por exemplo, alvos que vale a pena a ser assaltados podem ser facilmente identificados, mensagens e eventos da pessoa-alvo dar uma visão a respeito de quando a casa está desocupado (férias). Ainda mais assustador - na maioria dos casos de violência sexual, o agressor conhecia a vítima (e vice-versa). É muito improvável que um homem espera a noite no parque, para que ele possa estuprar uma vitima. É mais provável que ele olha fotos e que ele entende um pedido de “amizade” de forma errada.

Bom, desde que eu sou apenas humano (e assim sou notoriamente ruim em avaliar riscos), eu tenho pouco de medo de um assalto a casa (minhas posses cabem em duas malas) - eu acho que é ainda mais improvável a ser estuprado.

Senti mais desconfortável, quando brinquei com “Facebook Graph-Search” e termos de busca como “People who are not my friends and like legalize marijuana and live nearby”. Eu não acho que Fulano (nome alterado), professor universitário, um dos hits, concordaria que eu, um estranho, sabe que ele provavelmente gosta de ficar chapado. Acho que é a culpa do Fulano, ele não precisava clicar no botão “curtir Legalize Marijuana” se ele não quer que todo mundo vê. Ele poderia pelo menos fazer o trabalho de mudar suas configurações de privacidade. No entanto, não é tão simples: Quem sabe se o site que eu “curti” de 2009, hoje em 2013 ainda mostra o conteúdo que eu curtia novamente? O que eu iria responder se alguém (esposa, locador, patrão) me perguntava sobre isso? Podemos ainda expandir o experimento: deixar um amigo pressionado para explicar por que ele conhece tantos maconheiros potenciais (“Friends of XY who like legalize marijuana”) Este é apenas um exemplo, eu tenho certeza que os fanáticos e stalkers conseguem pensar em muitas outras buscas criativas.

Desde que eu sei que muitas pessoas não protegem os próprios dados responsavelmente, acho que muito menos que eles possam lidar de forma responsável com essa ferramenta poderosa. Para responder à pergunta inicial: Não, eu não quero que o irmão do meu vizinho antigo tem toda minha história com fotos e comentários desde 2009 na alcance dos dedos em hoje em 2013! Por isso vou encerrar minha conta do Facebook final do mês. Eu certamente vou perder um monte de risadas e vou saber muito menos de sua vida. Mas pretendo de escrever mais o meu Blog, e-mail pessoais como fiz antes de 2009 e liguar você para manter contato. É certamente menos conveniente porém muito mais pessoal e mais adequado para cultivar uma amizade. Não estarei fora do mundo, se sentir saudade liga no skype:ruschi79

Adeus meus amigos do Facebook, a gente se vê no meatspace!